O estrabismo é diagnosticado quando observamos um desalinhamento nos olhos. Há casos em que parece que a pessoa tem estrabismo, mas na verdade os seus olhos estão perfeitamente alinhados. Chamamos essas situações de pseudoestrabismos e elas são geralmente secundárias a alterações no formato das pálpebras ou até mesmo do crânio (o que faz os olhos estarem mais ou menos próximos um do outro).
Existem diversos tipos e classificações para os estrabismos.
Entre eles, os mais frequentes são a esotropia (desvio convergente, ou “para dentro”) e a exotropia (divergente, ou “para fora”).
Sim, esse é o nome do oftalmologista especialista em estrabismo 😮😮!
Entre as suas funções, destacamos:
Existem dois fatores centrais na diferença entre essas situações:
São muitas as causas para o estrabismo!
Vamos falar um pouco sobre as mais importantes.
Antes, um pequeno resumo para facilitar as coisas. Para que nossos olhos estejam alinhados, o funcionamento de três estruturas é fundamental. São elas:
Nas crianças que nascem estrábicas (ou aquelas que têm estrabismo desde pequenas), o problema envolve o desenvolvimento tanto da musculatura ocular quanto do cérebro. Existe uma incapacidade de fixar com os dois olhos um mesmo objeto simultaneamente.
Outra situação também frequente na infância: algumas crianças têm que fazer um pouco de força para focalizar objetos com nitidez (o que chamamos de acomodação). Em algumas delas, a força para enxergar melhor acaba sendo acompanhada por uma força que movimenta o olho “para dentro”, e elas desenvolvem o estrabismo – tipo de estrabismo chamado de acomodativo. Esses são os casos que comumente são tratados com óculos.
Trauma pode ser uma causa de estrabismo tanto na infância quanto na idade adulta. Ele pode afetar diretamente a musculatura ocular, os nervos ou o próprio cérebro.
Alguns dos estrabismos são secundários a problemas nos nervos e/ou no cérebro. Existem casos de alterações congênitas e outros que aparecem como complicações de problemas de saúde – são exemplos diabetes, doenças vasculares, infeções e tumores.
Condições como doenças da tireoide e miastenia gravis que podem acometer diretamente os músculos oculares e causar estrabismo.
Por fim, embora não sejam causas propriamente ditas, citamos algumas situações nas quais o estrabismo costuma aparecer com mais frequência, entre elas: prematuridade, síndrome de Down, hidrocefalia e atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor.
Embora não seja um prejuízo visual, temos que lembrar que o estrabismo é associado a alterações na qualidade de vida dos pacientes, com problemas de autoestima, ansiedade e dificuldades nas relações interpessoais, especialmente com prejuízo na comunicação não verbal.
Pacientes com estrabismo tem um prejuízo na estereopsia, que é a visão em 3D. Dependendo do tipo e da magnitude do desvio, esse problema pode ser maior ou menor, mas costuma afetar, pelo menos em parte, todos os indivíduos.
Uma grande preocupação quando vemos crianças com estrabismo é a ambliopia. Essa é uma situação na qual o olho, mesmo sem nenhum outro problema, não enxerga bem por não ter sido adequadamente estimulado (“fica preguiçoso”). Isso ocorre porque o cérebro percebe, no início de alguns quadros de estrabismo, que cada um dos olhos está enxergando uma coisa. Para evitar essa complicação, ele “escolhe” um dos olhos para comandar a visão e o outro acaba não sendo tão estimulado.
Já nos pacientes que desenvolvem o estrabismo na idade adulta, o cérebro já não tem mais essa capacidade tão desenvolvida de escolher um olho e o que acaba ocorrendo em muitos casos é a diplopia, ou seja, a visão dupla.
Em primeiro lugar, se alguém percebe que está com visão dupla deve procurar atendimento médico para descobrir qual a causa. Começar a enxergar duplo, sem que isso nunca tenha acontecido, é uma emergência médica!
Falemos agora sobre os pacientes que já foram atendidos e estão, por alguma razão, vivendo com diplopia. Sabemos como isso é incômodo e atrapalha as atividades cotidianas.
É importante saber que sempre existem alternativas para tratar ou, ao menos, amenizar a situação, dependendo da causa. Há casos que podem ser corrigidos com óculos de prisma (um tipo especial de óculos que auxilia o paciente a juntar as imagens em uma única), outros que podem necessitar de intervenção cirúrgica.
Em casos excepcionais, até mesmo a oclusão de um dos olhos (com um tipo de curativo, ou um tampão nos óculos) pode ser empregada para que o paciente não fique enxergando duplo.
Na maioria das vezes sim!
Aqui vamos apenas comentar sobre as opções terapêuticas disponíveis, com objetivo de fornecer informações que possam ser úteis. Qualquer tratamento deve sempre ser discutido com o médico responsável pelo paciente, que deve explicar com o máximo de detalhes possível, solucionar as dúvidas e ajudar o paciente a tomar a decisão mais acertada possível.
O uso de óculos é uma das alternativas para correção de estrabismo. Aqui, alguns cenários são possíveis:
O tampão (ou oclusor) também é uma ferramenta utilizada no manejo dos pacientes com estrabismo – e é de extrema importância.
Uma informação que acredito que deva sempre estar clara desde o início, principalmente para evitar frustrações com um tratamento que não é fácil, é que o tampão não tem efeito sobre o estrabismo. Ele é utilizado com um objetivo principal: estimular a visão do paciente.
Comentamos acima que, nos casos de estrabismo, o cérebro costuma escolher um olho para comandar e deixa o outro de lado. A oclusão serve justamente para anular essa escolha do cérebro, temporariamente tapar o olho privilegiado (que é o ocluído) e forçar o olho mais fraco.
(Novamente, nosso objetivo aqui é fornecer informações. Embora o mais comum seja o que foi explicado, existem outros usos para o tampão/oclusor. Converse sempre com o seu médico!)
Toxina botulínica
Aplicações de toxina botulínica diretamente na musculatura ocular são alternativas de tratamento em diversos casos de estrabismo, ora como tratamento único, ora associadas a outras abordagens cirúrgicas.
Embora a ideia possa parecer diferente, na verdade o estrabismo foi o primeiro uso médico da toxina botulínica na história, com os primeiros relatos no início da década de 1980!
A toxina pode ser considerada ainda uma alternativa em pacientes que teriam a princípio uma indicação de cirurgia, mas por alguma razão, não estão aptos ao procedimento, mas podem ser submetidos a um procedimento menos invasivo.
Cirurgia
A cirurgia costuma ser a principal opção terapêutica no estrabismo.
Dependendo de alguns fatores, pode-se optar por cirurgia com anestesia local ou geral. O procedimento é, na grande maioria das vezes, ambulatorial.
Existem algumas variações de técnica, mas basicamente o efeito da cirurgia é conseguido por meio do reposicionamento, fortalecimento ou enfraquecimento da musculatura ocular.
Para saber mais detalhes sobre a cirurgia, opções e diferenças entre as técnicas, recomendamos uma conversa com seu médico!
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