Quando as crianças nascem, a parte do cérebro responsável por coordenar a movimentação dos dois olhos juntos ainda não está bem desenvolvida. Devido a isso, é perfeitamente normal que os seus olhos “ainda não conversem bem” e, com isso, cada um olhe para um lado de vez em quando.
À medida que o desenvolvimento neurológico progride, o que também é acompanhado pela melhora da visão, esperamos que eles consigam começar a trabalhar com os dois olhos juntos e mantenham eles alinhados. Isso geralmente acontece entre o quarto e o sexto meses de vida.
A primeira consulta do recém-nascido com o oftalmologista geralmente ocorre com 6 meses de vida e nesse momento já esperamos que os olhos estejam alinhados. Por isso, a maior parte dos especialistas defende que o diagnóstico do estrabismo “congênito” seja feito aos 6 meses de idade.
Quando identificamos alguma forma de estrabismo nas crianças, passamos a algumas perguntas, que podem ser em grande parte respondidas pelo próprio oftalmologista já durante a consulta, sem necessidade de exames complementares:
- Qual a causa? Temos que saber identificar se o desvio é decorrente de um “desbalanço entre os olhos” ou se há alguma lesão nos nervos e músculos do olho provocando o estrabismo.
- Qual o tipo? Existem muitas formas de estrabismo e cada uma delas tem um tipo de abordagem diferente.
- Há algum olho preferencial? Esse é sempre um ponto que merece muita atenção na hora de conversar com os pais. É frequente que o estrabismo pareça ser de um olho só, mas ele é, quase na totalidade dos casos, bilateral. O que pode ocorrer é a criança preferir olhar com um olho e o outro ficar a maior parte do tempo desviado.
- Existe diferença de visão entre os olhos? Aqui vem uma grande preocupação quando falamos de estrabismo na infância, que é a ambliopia. É fundamental que tenhamos alguma medida de visão de cada um dos olhos separados, pois é frequente que o olho preferencial esteja enxergando melhor do que o olho que costuma estar mais tempo desviado e isso nos indica muitas vezes necessidade de tratamento.
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